segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Alerta de novo golpe: a cantada barata do "me ensina a dançar"?

Se o seu universo, amiga leitora, não se restringe à dança de salão - e você freqüenta outros ambientes, conhece muita gente que não tira o pé do chão e tem a dança como um hobby saudável, que você ama e não vive sem, mas que não é o eixo principal da sua vida, você deve ter o mesmo problema que eu: os caras que não dançam.

São lindos. São publicitários, analistas de sistemas, advogados, músicos, e não têm a menor noção de que pé botar na frente. Você, amiga leitora, é linda e arrasa na pista - em qualquer pista. Vai dizer pra um sujeito desses que você dança, vai? Eles ficam animadíssimos. "Vamos sair?" "Vamos tomar um café?" "Vamos ver um filme?"

- Claro, pode ser qualquer dia, menos sexta - porque eu estou sozinha, tou na pista e só troco meu baile sagrado por algo MUITO importante (como um bom livro e a minha própria companhia).

O mancebo entende. Concorda. Vocês marcam na quinta. Vocês conversam o dia inteiro no msn. Ele diz que sempre teve vontade de aprender a dançar, mas nunca levou muito jeito, de repente até vai no baile contigo "pra te ver".

* * * AMIGA, LIGUE O ALERTA. * * *

Você não vai dar atenção a ele. Você não está apaixonada, after all. Você realmente vai levar um sujeito pra lá pra ele ficar te olhando? Sim, porque você vai ao baile pra dançar, não pra ficar fazendo social. Ele realmente quer te ver fazendo um senhor puladinho com aquele cara maravilhoso que te deixa em alfa dançando (ainda que apenas dançando, e que seja realmente só amigo)? Se ele realmente encara...

- Ah, de repente eu me animo a aprender a dançar - ele diz.

Amiga, em vez de ficar feliz porque achou alguém legal que não descarta a possibilidade de te acompanhar no seu programa preferido, ligue novamente o alerta - porque em seguida vem a infame frase...

"...você vai me ensinar a dançar?".

Já risquei do caderninho de probabilidades uns quatro que vieram com esse papo. Porque você responde "posso te indicar professores ótimos" e ele vem com "não, quero que você me ensine". Crente que está abafando, sabe? E você, amiga, sabe que aprender bem a dinâmica de condução é uma das coisas mais difíceis da dança. Você sabe que dançar com um cavalheiro que não sabe te induzir aos movimentos certos na hora certa é um balde de água fria. Você se recusa a desqualificar o trabalho de um profissional, você não tem anos de dança, você não sabe explicar como essa parte funciona, você não vai fazer esse desserviço pro cara e muito menos pra você, que pode arrumar um namorado ótimo mas com quem você não vai gostar de dançar. Mesmo.

"Mas eu quero que você me ensine!"

Então ou você separa as coisas ("não, olha, eu vou pro baile e você vai sair com seus amigos, tá?"), ou você se apaixona perdidamente e passa sair menos pra dançar (o que às vezes acontece) ou tchau, bença, e manda vir o próximo...

...rezando, claro, pra que ele já venha pé-de-valsa de fábrica. Ou até mesmo um sujeito convicto de que não vai jamais pisar numa pista de madeira corrida. Porque namorar um cara que não dança é perfeitamente gerenciável (vocês não precisam viver colados todos os dias, precisam?), mas um marmanjo sugerindo que você banque a professora, amiga, nin-guém me-re-ce.

Um comentário:

Adriana Aguiar disse...

Haha...bem, passei por isso algumas vezes(que fique bem claro que foi antes Mauro Lima!) O pior: é meu trabalho! Então como assim? Aula particular não remunerada, filantropia...hum, pulava fora tb! Agora...para aquelas que querem um pretexto para se aproximar do carinha...pode ser que cole...do tipo
"Ah...se VOCÊ quiser eu te ensino!
(rezando pra ele querer!!!)

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